MODO DE PRODUÇÃO FEUDAL
(Feudalismo)
A sociedade feudal teve contribuições germanas e romanas em sua formação.
Elementos Romanos
Descentralização administrativa: na decadência do Império os quadros de poder transferiram-se das cidades em decadência para as villas (unidades agrárias autônomas).
Colonato: a decadência do escravismo provocou o surgimento de uma nova forma de trabalho na qual o pagamento era feito em espécie e trabalhava-se pelo uso da terra a qual se cultiva, esse sistema será a base da servidão.
Elementos Germanos
Economia agropastoril de subsistência
Benefício: costume do chefe guerreiro germano de dividir as terras conquistadas com seus soldados.
Comitatus: São os elos de fidelidade que unem o chefe guerreiro e seus soldados.
O FEUDO
Tratava-se de uma delimitação territorial na qual o senhor exercia seus poderes. Era a principal unidade produtiva medieval e tinha caráter auto-suficiente. Em geral os feudos dividiam-se em:
• Terras do senhor: eram as melhores terras onde ficava o castelo que reunia um conjunto de armazéns, oficinas, morada do senhor e estábulos.
• Manso servil: local habitado e cultivado pelos servos.
• Terras comuns: em geral era uma área de floresta ou pântano destinados a caçadas e coleta de lenha, sementes comestíveis, raízes, frutas, ervas e mel.
AS TRÊS ORDENS DA SOCIEDADE FEUDAL
No ano de 998 o Bispo Adalberto de Laon assim descreveu a sociedade feudal: “A Cidade de Deus, que se crê única, está dividida em três ordens: uns rezam, outros guerreiam e outros trabalham. As três ordens vivem juntas e não suportariam ser separadas. Os trabalhos de cada uma delas permitem o serviço das outras duas. Cada uma, alternadamente, presta seu apoio aos outros”. Esse texto de um representante da Igreja deixa clara a hierarquia social medieval que se subdividia em: nobreza, clero e servos.
Clero: Era o grupo social mais influente na sociedade feudal, pois representavam a mais importante instituição medieval, a Igreja. O clero era hierarquizado e subdividia-se em: clero regular do latim regulus (regra, ordem), formado por monges das ordens religiosas, e o clero secular.
Destacam-se os Beneditinos, iniciada por São Bento com a cristianização dos povos bárbaros. Os copistas dessa ordem tiveram papel primordial na preservação de manuscritos antigos.
Fundada por São Francisco a ordem franciscana tinha por objetivo a imitação de Cristo numa vida pobre e humilde.
A ordem Dominicana iniciou-se com São Domingos e de seus quadros revelaram-se grandes doutores, como os filósofos escolásticos Santo Alberto Magno e São Tomás de Aquino. Essa ordem também se destacou na ação inquisidorial.
Formaram-se diversas outras ordens como os cluniacenses, os cistercienses e os agostinianos.
Fora dos muros das abadias, no mundo (séculus), formou-se o clero secular composto por padres ligados ao “mundo” das pessoas comuns. Fortemente hierarquizado que se organizava em párocos, bispos, arcebispos, cardeais e papa.
Nobres: os nobres eram também chamados de Belatores, pois sua principal atividade era a guerra, além do governo dos feudos. A nobreza se hierarquizou em várias camadas nobiliárquicas, no topo estavam os reis (grandes suseranos), abaixo os vassalos (senhores menores): duques, marqueses, condes, viscondes e barões.
Os suseranos concediam feudos aos vassalos através da homenagem ou rito de investidura feudal. Neste ritual o vassalo (senhor que recebe o feudo) jurava fidelidade ao seu suserano (senhor que doa o feudo), firmando-se, entre as partes, as obrigações feudo-vassálicas: prestar auxílio e conselho militar ao suserano.
A partir do século X a Europa tornou-se muito feudalizada em grande parte dos feudos impossibilitou-se uma subdivisão. Foi nesse contexto que surgiu o direito de primogenitura, pelo qual apenas o filho mais velho (primogênito) herdaria o feudo e o título nobiliárquico de seu pai.
Aos filhos mais jovens, verdadeiros Joões sem terra, restavam algumas alternativas. Uma bastante atraente era usar da influência familiar e angariar uma posição no alto clero gozando das vantagens oferecidas pela Igreja.
Muitos porém, não tinham nenhuma vocação eclesiástica e preferiam a liberdade de se armarem cavaleiros em busca de aventuras nos infindáveis torneios e guerras feudais. Poderiam colocar seus serviços de guerreiros a disposição dos reis e serem enfeudados por serviços prestados ou ainda, era possível também, conseguirem casar-se com a filha de um grande senhor e receber um feudo como dote.
Os cavaleiros tinham como princípios éticos e morais a defesa da Igreja, das mulheres, dos fracos e das viúvas.
Servos: Eram a maioria da população. Habitavam os feudos, sendo presos à terra. Esse grupo social era fortemente explorado pelos senhores na medida em que estavam obrigados a pagar inúmeros impostos dentre os quais se destacavam a corvéia, a talha, as prestações, as banalidades e a capitação.
No feudo havia as terras comuns de onde se retiravam frutas, mel, raízes, ervas e caça que enriqueciam a pobre alimentação dos servos. O principal alimento era o centeio, mas devido as pesadas taxas a que estavam submetidos restava muito pouco para a subsistência da família do servo, com isso era comum acrescentarem à massa do pão todo tipo de complementos como frutas, raízes e ervas. Havia um pequeno número de escravos domésticos.
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