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6 de set. de 2010

RESUMO - A ALTA IDADE MEDIA

IDADE MÉDIA
(476 – 1453)



ALTA IDADE MÉDIA (476 – 1096)




IMPÉRIO BIZANTINO


Devido à crise geral na cidade de Roma que se refletiu por todo o Império entre os séculos III e V o Imperador Constantino construiu uma nova capital para o Império Romano na região de uma antiga colônia grega chamada Bizas, no estreito de Bósforo.
A nova capital foi inaugurada no ano de 330 e foi batizada de Constantinopla (cidade de Constantino).
A origem do Império Bizantino deu-se no ano de 395 quando o Imperador Teodósio decretou a divisão do Império Romano, subdividindo-o em Império Romano do Ocidente com capital em Milão, e, Império Romano do Oriente, com capital em Constantinopla. No século V, a parte oriental já se denominava Império Bizantino.
A Civilização Bizantina deu continuidade à Romana, pois resistiu às invasões bárbaras durante toda a Idade Média, até 1453, quando, finalmente, Constantinopla caiu sob os ataques dos turcos otomanos, tornando-se capital do Império Turco, atual Istambul, capital da Turquia.


JUSTINIANO

Houveram muitos imperadores na história bizantina, porém Justiniano e sua imperatriz Teodora destacam-se pela grandeza de seu reinado.Justiniano reinou de 527 a 565.
Seu principal objetivo era restaurar a unidade do Império Romano, perdida com as Invasões na parte ocidental. Recuperou os territórios do Norte da África aos Vândalos, o sul da Península Ibéria aos visigodos e a Península Itálica aos ostrogodos. Apesar do sucesso obtido nesse intento, ele se revelou efêmero, pois as reconquistas eram precárias.
Para manter seus imensos gastos com as guerras, Justiniano aumentou muito os impostos estabelecendo uma verdadeira tirania tributária que levou a uma grande revolta popular (Sedição de Nika) em Constantinopla, que pedia a abdicação do Imperador e resultou num massacre com milhares de mortes em 532. Sua vitória nesse episódio favoreceu a centralização e o absolutismo imperial.
Justiniano lutou contra o paganismo, pela propagação do Cristianismo e decretou o fechamento da Academia Platônica.


O CORPUS JURIS CIVILIS

Justiniano é mais conhecido por ter sido responsável pela reorganização do Código de Direito Romano, o notável Corpus Juris Civilis, que ainda hoje se compõe enquanto base do direito ocidental. Essa obra subdivide-se em:

• Código: Reúne as leis da época de Adriano até Justiniano.
• Digesto ou Pandectas: Trata da jurisprudência romana, ou seja, da organização, interpretação e comentários dos juristas romanos sobre as leis romanas.
• Institutas: Destinada aos estudantes, resumia o Corpo de Direito Romano em seus elementos básicos.
• Novelas ou Autênticas: É o grupo de novas leis feitas pelo imperador Justiniano.

ARTE BIZANTINA

A arte bizantina marca o início de um estilo tipicamente medieval que rompeu com os padrões estéticos clássicos. Isso é facilmente notado no hieratismo, decorativismo e cerimonialismo cristãos marcantes. Utilizou-se de grande variedade de materiais e não economizou nos detalhes.
Na arquitetura destacou-se a construção de igrejas, com especial atenção à Igreja de Santa Sofia construída por Justiniano em Constantinopla, um dos melhores exemplos da arquitetura medieval. Outra construção importante é a Igreja de São Vital em Ravena na Itália, construída durante a dominação bizantina na região.
As igrejas bizantinas eram construídas com planta em forma de cruz com braços iguais (cruz grega) e trazem grandes cúpulas.
Na decoração os bizantinos representavam os imperadores ou cenas religiosas em mosaicos feitos de pequenas pedras ricamente detalhados e coloridos. Os mosaicos evoluíram do simbolismo para um estilo histórico e realista, que tendia a individualizar as características físicas dos personagens, as cenas se tornaram mais vivas e narrativas. Nas colunas e capitéis o mármore colorido era utilizado.
Os ícones foram uma expressão artística tipicamente bizantina, pois se ligava totalmente a religião oficial. O artista tinha de estar em jejum e em permanente oração para conseguir transmitir um sentido de religiosidade à obra de arte. Destacam-se os ícones representando Jesus Cristo e a virgem Maria.


AS QUESTÕES RELIGIOSAS

Como sabemos o Império Bizantino era uma Teocracia ou Cesaropapismo (cesar + papa), onde o poder do Estado não se distinguia do poder eclesiástico. A vida religiosa e política estavam muito ligadas e questões religiosas tinham grande repercussão política. O imperador (césar) era tido como o representante de Deus no mundo (papa).


AS HERESIAS

As heresias tem sua origem nas discussões sobre assuntos religiosos (dogmas) travadas pelos membros da Igreja. Os dogmas eram expressão da interpretação oficial da Igreja sobre as escrituras. As heresias interpretavam os dogmas da fé de maneira diferente da Igreja.
Tiveram grande importância dentro do Império Bizantino sendo que muitas guerras foram travadas por causa delas. As heresias mais importantes foram:

Arianismo: o bispo Ário negou o dogma da Santíssima Trindade (Pai, Filho e o Espírito Santo). Ário afirmou a supremacia do Pai sobre o Filho e Espírito Santo afirmando que a trindade se chocava com uma concepção monoteísta de religião.
Suas idéias heréticas ficaram conhecidas como arianismo e foram condenadas pelo primeiro Concílio de Nicéia, em 325. Nesse Conclave ficou estabelecido que as três pessoas da Trindade eram consubstanciais (mesma substância), portanto o dogma não era contraditório com o monoteísmo

Monofisismo: o dogma duofisista pregava que Jesus Cristo teria duas naturezas: uma humana e material, que sofreu e morreu pela humanidade; e outra divina, do Filho que tem a mesma substância do Pai.
O monofisismo elaborado por Eutiques negou a natureza humana de Cristo, os hereges monofisistas aceitavam somente a pessoa divina de Cristo. O Concílio de Calcedônia, de 451, condenou o monofisismo, provocando grandes conflitos dentre seus adeptos e a igreja.

Nestorianismo: um dos dogmas mais rígidos da Igreja era a virgindade de Maria e a concepção de Jesus Cristo sem pecado. No entanto o Bispo Nestório negou esses dogmas dando origem a uma heresia conhecida como Nestorianismo, que foi condenada pelo Concílio de Éfeso.

Iconoclastia: no final do Império Romano quando a Igreja cristã estava se fortalecendo enquanto instituição houve uma imensa conversão de pagãos ao cristianismo. Nesse momento houve a assimilação por parte da Igreja que se formava do culto das imagens trazido pelos pagãos.
As imagens dos deuses pagãos foram substituídas pela dos santos (mártires do cristianismo), aos quais os cristãos rendiam veneração por seus atos de bravura na propagação da nova religião.
Dessa forma o culto de imagens de santos e da divindade, ganhou força dentre os cristãos tornando-se um dogma da Igreja, pois esta já os estava canonizando.
Leão III (712-741) negou o culto das imagens, pregando sua destruição (icone = imagem; clastos = destruir), essa heresia foi condenada pelo Concílio de Nicéia II.
Apenas em 843, a Igreja resolveu o problema quando definiu que às imagens cabia a veneração, e a Deus cabia a adoração.
As heresias foram responsáveis por revoltas e guerras dentro do Império Bizantino, levando as autoridades a intervirem nas questões religiosas, pois o que dizia respeito à religião se ligava também com a política.


O CISMA DO ORIENTE (1054)

As heresias bizantinas provocaram uma paulatina ruptura entre as Igrejas cristãs do Oriente e do Ocidente, finalmente aconteceu em 1054, quando o patriarca bizantino excomungou o Papa romano e vice-versa. Esse episódio passou para a história como Cisma do Oriente.
Desde então na Europa (Ocidente) a Igreja passou a denominar-se Católica Apostólica Romana, com sede em Roma e liderada pelo Papa, enquanto a Igreja Bizantina passou a denominar-se Ortodoxa, liderada pelo Patriarca de Constantinopla.


DECADÊNCIA

O Império Bizantino resistiu durante muito tempo às invasões de estrangeiros, mas no século VIII os árabes conquistaram amplos territórios bizantinos na África e no Oriente Médio.
Os cristãos da Quarta Cruzada (1202-1204), promoveram um grande saque em Constantinopla. Lá fundaram o reino latino do Oriente que durou até 1261, nesse intervalo de tempo a capital bizantina transferiu-se para Nicéia.
As investidas mais sérias contra Bizâncio foram feitas pelos turcos otomanos. Durante o século XIV tomaram toda a Ásia Menor e os Bálcãs, reduzindo os bizantinos praticamente a cidade de Constantinopla, que ainda teve fôlego para resistir até 1453 ao assédio turco, quando por fim foi invadida pelo sultão Maomé II, tornando-se capital do Império Otomano sob o nome de Istambul.





CIVILIZAÇÃO ÁRABE - O ISLÃ


O Contexto Geográfico

A denominação árabe se deve ao fato desse povo ter se desenvolvido na Península Arábica. Região desértica de clima quente e seco pontilhada por alguns oásis no interior e refrescada na região costeira pelos ventos e brisas que sopram do Golfo Pérsico a leste, do Mar vermelho a oeste e do Oceano Índico ao sul.
As principais cidades, Meca e Iatreb, situam-se na faixa fértil próxima ao Mar Vermelho, conhecida como Arábia feliz. Esses centros urbanos sempre tiveram como principal atividade o comércio e, no caso de Meca, um centro de peregrinação religiosa.


A Arábia Pré-Islâmica

Os árabes são de origem semita e habitam essa região desde tempos muito remotos. Até o século VII d.C. os árabes dividiam-se em dois grupos principais: os beduínos, nômades e semi-nômades organizando-se em tribos lideradas pelos Xeques (Chaikh), essas tribos estavam permanentemente em guerra entre si pelo controle dos escassos oásis do deserto. A religião era muito primitiva, temiam os demônios e adoravam pedras sagradas.
Nas franjas férteis da Arábia desenvolveu-se uma cultura mais estruturada e sedentária. A principal atividade era o comércio, e alguns comerciantes enriquecidos formaram uma verdadeira aristocracia comercial pertencente a tribo Koraich na cidade de Meca.
Apesar de haver uma língua árabe comum e um leve sentimento de unidade e parentesco, as rivalidades inter-tribais e o politeísmo dificultaram durante séculos a unificação política e administrativa.


O Profeta Maomé

Nascido em 570 d.C., Maomé era condutor de caravanas de mercadorias na região do Oriente Médio. Em suas viagens teve contato com as religiões monoteístas dos judeus e dos cristãos que muito o influenciaram.
Por volta de 610 d.c., Maomé, “O Profeta”, deu início a pregação de uma nova religião monoteista na região de Meca, o Islamismo.


A Hégira

Meca era o ponto de convergência comercial e religioso dos povos árabes. Milhares de fiéis se dirigiam para lá o ano todo em peregrinação à Caaba, templo para adorar suas centenas de deuses. Os coraixitas, elite politeísta, dominavam Meca, pois tinham muitas vantagens pelo fato de serem os guardiões da Caaba.
Maomé foi perseguido e suas idéias religiosas reprimidas em Meca, isto forçou-o a retirar-se da cidade e partir em direção a Iatreb em 622 d. C., esse episódio marca o início da história islâmica e recebeu o nome de Hégira.
O refúgio de Maomé em Iatreb valeu a mudança do nome desta cidade para Medina (cidade do Profeta). Em Medina, Maomé organizou um exército islâmico com o objetivo de conquistar Meca, empreendendo uma guerra santa (djihad), através da qual se impôs entre os árabes a fé em Ala, o Deus único.
A unificação religiosa correspondeu a unificação política dos árabes. Houve, então, a formação do Império Islâmico.
Islão, na língua árabe, significa submissão a Alá. O Alcorão ou Corão, o livro sagrado do Islamismo, se configura num código jurídico e moral. A rápida difusão do islamismo se deve à simplicidade de seus ensinamentos.
Os que professam o islamismo são denominados muçulmanos, islamitas ou maometanos. Estes devem observar alguns preceitos religiosos: fé em Alá e na missão de Maomé, a oração cinco vezes ao dia, jejum durante o mês do Ramadã, dar esmola e peregrinação ao menos uma vez à Meca.
Além das obrigações religiosas o Corão proíbe a carne de porco, as bebidas alcoólica, os jogos de azar, o roubo, o homicídio e a representação da figura humana. A poligamia é permitida desde que o homem tenha condição de sustentar todas as esposas.


A Expansão Islâmica

Maomé foi sucedido no comando dos muçulmanos pelos califas (sucessores do profeta). Os primeiros ficaram conhecidos como califas piedosos ou ortodoxos. Abu-Bekr foi o primeiro e governou entre 632 e 634, sucedeu-o Omar (634-644).
Entre 644 e 656 governou Othmam e Alí entre 656 e 660. Este último era casado com Fátima, filha de Maomé, reivindicando a ascendência sobre os muçulmanos pelo seu parentesco com o profeta. Isso deu origem à facção dos xiitas que pregavam a chefia dos muçulmanos aos descendentes de Maomé. Contra os xiitas estavam os caradjitas que consideravam todos os muçulmanos iguais e com capacidade para governar.


A Dinastia dos Omíadas – 660 – 750

A ascensão dos califas Omíadas em 660, trouxe estabilidade ao Império Islâmico. Tomaram como capital a cidade de Damasco na atual Síria, afastando-se dos atritos políticos de Meca.
Sob os omíadas houve uma grande expansão territorial e vasta propagação do Islamismo pelo Oriente Médio e África (Palestina, Mesopotâmia, Pérsia, Egito e Norte da África).
O Islão se alastrou até a Europa, quando, em 711, Gibral Tarik atravessou o estreito que ainda hoje trás o seu nome, atingindo a Península Ibérica (Espanha e Portugal).
Os muçulmanos só foram detidos em 732, na Batalha de Poitiers (França), por Carlos Martel, chefe dos exércitos do Reino Franco.
A conversão dos povos conquistados foi planejada pelos líderes árabes, por meio de facilidades fiscais aos que se convertessem em fiéis seguidores de Alá. Quem recusasse tinha de pagar mais impostos para os conquistadores árabes.


A Dinastia dos Abássidas

Em 750, iniciou-se a nova dinastia de origem persa: os Abássidas.
Os califas abássidas fundaram nova capital em Bagdá e transformaram o Império Islâmico numa teocracia, desenvolvendo uma poderosa burocracia estatal. O comércio entre o Extremo Oriente (China e Índia) e o Ocidente (mediterrâneo) foi bastante incentivado.
O apogeu abássida ocorreu com Harum al-Rashid (786-809). Este califa teve contatos diplomáticos com Carlos Magno, grande imperador europeu do período.
O Império Islâmico foi extremamente vasto, abrangendo desde a península Ibérica até as margens do Indo. Surgiram interesses internos contraditórios à autoridade central o que levou à ruptura da unidade imperial.
Em 788 os Idríssidas tomaram o poder no Marrocos, e em 909 o Egito foi tomado pelos Fatimidas. A partir do século XI os turcos seudjúcidas se tornaram uma permanente ameaça. Finalmente o Império Islâmico deu lugar ao Império Turco.


A Cultura Árabe

Como comerciantes os árabes entraram em contato com várias culturas do Oriente e do Ocidente. Dessa forma assimilaram influências de persas, hindus, chineses, bizantinos, africanos e europeus. Esse sincretismo resultou numa cultura extremamente original e sofisticada.
O campo mais desenvolvido foi a arquitetura, pois o Corão proíbe a representação de imagens humanas. Foram grandes construtores de mesquitas e palácios, que se destacam pela beleza e imponência de seus minaretes, arcos em ferradura e cúpulas.
As construções eram ricamente decoradas com ornamentos em motivos geométricos, florais e letras estilizadas com trechos do Alcorão (arabescos).
A literatura ganhou destaque no governo de Harum al-Rashid, em Bagdá. Nesse período foi escrita “As mil e uma noites”, conjunto de contos, aventuras e fábulas reunidos em vários volumes. Na poesia destacou-se Omar Khaiam com a obra “Rubayat”.
Ibn-Kaldum destaca-se como historiador e Averróis como filósofo. Este último traduziu e comentou Aristóteles, contribuindo para preservar a filosofia grega.


A Ciência

A matemática foi um dos campos mais desenvolvidos; contribuíram com a geometria, a trigonometria, a álgebra e os números arábicos que facilitaram os cálculos.
Na física, fundamentaram a óptica com várias experiências sobre as propriedades da luz.
A busca do elixir da longa vida e da pedra filosofal favoreceu o desenvolvimento da química. Criaram processos de filtragem, destilação e sublimação. Faziam aguarrás, álcool, salitre, nitrato de prata, carbonato de sódio, ácido sulfúrico e nítrico.
Avicena destacou-se na medicina, escreveu o Canon que foi muito lido na Europa medieval e moderna. Eram excelentes cirurgiões e anatomistas. Descobriram o contágio da tuberculose e diagnosticaram o sarampo.
Desenvolveram técnicas de irrigação e difundiram produtos como o café e a cana de açúcar, assim como novas técnicas: a pólvora, a bússola, o papel e o astrolábio.


Os Árabes no Mundo Moderno

O Império Islâmico foi o maior do período medieval, mas entrou em decadência com as invasões turcas e as investidas da reconquista enprendidas pelos reis católicos da Espanha e Portugal em fins da Idade Média.
Na Idade Moderna o mundo muçulmano do Oriente Médio sofreu uma certo isolamento devido ao avanço colonialista europeu pelo mundo.
Na medida em que Europa despontava como a grande senhora do planeta no século XIX, e o petróleo passou a ser a principal fonte de energia da humanidade no século XX, britânicos, franceses, alemães, italianos e americanos passaram a exercer seu imperialismo direto ou indireto na região mais rica em petróleo do mundo.



O REINO FRANCO


Desde a decadência do Império Romano os francos já estavam se assimilando aos romanos, pois eram os maiores fornecedores de mercenários para os exércitos imperiais. Assim, já no século V tinham se adaptado à Civilização Romana.
Os francos se estabeleceram na região do atual norte da França no início do século V, liderados por um chefe guerreiro chamado Meroveu. Seu neto, Clóvis, tornou-se chefe dos francos sálios em 481 fundando a dinastia Merovíngea e converteu-se ao cristianismo quinze anos depois. Esse fato foi decisivo para a consolidação de uma longa e frutífera aliança entre a Igreja e os Francos.
Através de guerras de conquista Clóvis conseguiu unir as tribos dos francos sálios e ripuários. Quando morreu em 511 já estava estabelecida a capital em Paris. Seus sucessores conquistaram toda a Gália e uma parte da Germânia até 550. Esta expansão favoreceu a formação do Regnum Francorum (Reino Franco).
Por volta de 639 os reis merovíngeos se enfraqueceram (“reis indolentes”) e delegaram a autoridade para nobres (Prefeitos do Paço ou mordomos do palácio) que passaram a se encarregar de funções antes privativas do rei. A autoridade dos prefeitos tornou-se hereditária e cada vez mais forte.
O grande guerreiro Carlos Martel, foi um prefeito que se destacou por ter debelado rebeliões internas e detido os mouros em 732, na célebre Batalha de Poitiers. Esse feito deu a Martel a alcunha de salvador da Igreja e da cristandade, obtendo grande respeito junto ao Papado. Ainda assim, Martel não tornou-se monarca. Não obstante, seu filho, Pepino, o Breve não hesitou, tomou para sí a coroa e iniciou a
dinastia Carolíngea em 751. Pepino renovou a aliança com a Igreja quando derrotou os lombardos no exarcado de Revena e doou aquelas terras à Igreja. Isso deu origem ao Patrimônio de São Pedro ou Estado Pontifício do qual ainda resta o Vaticano. O Papa Estevão II o ungiu Rei pela graça de Deus em 754.


CARLOS MAGNO

Carlos Magno estreitou ainda mais os laços entre o Reino Franco e a Igreja. Entre 775 e 800 travou inúmeras guerras contra os saxões que se recusavam a aceitar a dinastia Carolíngea.
Durante seu governo o reino Franco sofreu uma grande expansão territorial provocada pelas guerras de conquistas.
No Natal do ano 800 o Papa Leão III, coroou Carlos Magno Imperador do Sacro Império Romano, o que significou a reconstituição parcial do território do Império Romano do Ocidente.


O Império Carolíngeo

Carlos Magno sub-dividiu o Império em unidades político-administrativas geridas pela nobreza rural e guerreira. Essas unidades eram chamadas de Condados cujos senhores eram os condes, as Marcas (margraves ou marqueses) e os ducados (duques). Reuniam-se todos em Assembléia Anual (Mallus) para deliberar com o Rei.
Carlos Magno mudou a capital para a cidade de Aquisgrana, de onde proferia as Leis Capitulares. Para fiscalizar a aplicação das ordens reais nomeava os missi-dominici (funcionários).
O Império Carolíngeo foi fundamental para o desenvolvimento posterior do feudalismo francês que estava em formação desde o início do Reino Franco.


O Tratado de Verdun e a Decadência do Império

Carlos Magno morreu em 814 e seu filho, Luís, o Piedoso tornou-se rei. Em 843, os filhos de Luís dividiram o Império entre sí pelo Tratado de Verdum. Luís o Germânico ficou com a Germânia (oriente), Lotário com o centro e Carlos, o Calvo ficou com a Gália (ocidente)
A divisão enfraqueceu o Império e novas levas de invasões bárbaras se sucederam no século IX (sarracenos, magiares e normandos).
As invasões minaram o poder real central e favoreceram a autonomia dos senhores feudais locais. Assim, o feudalismo se configurou numa constante luta entre o poder monárquico (centralização) e os particularismos locais (descentralização).
A divisão feita em Verdun determinou que as partes tivessem rumos diversos. A germânia tornou-se o Sacro Império Romano Germânico no reinado de Oto I e no pontificado de João XII em 962 e na parte ocidental formou-se a França.
O fim da dinastia Carolíngea chegou em 987 quando o conde de Paris, Hugo Capeto, deu início a dinastia capetíngea. Os reis capetos, como ficaram conhecidos os descendentes de Hugo, centralizaram o poder na França na Baixa Idade Média.

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